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REALPROG começa a ganhar espaço na cena noturna paulistana

  • André Calil
  • 15 de jun. de 2016
  • 4 min de leitura

Garage Club recebe o aquecimento oficial para o Federal Music 2016 com pista exclusiva dedicada para a vertente

Em final de semana com diversos eventos e atrações da Virada Cultural 2016, a capital paulista viveu momentos agitados em sua região central e arredores. Com uma programação gratuita e de respeito, a grande maioria das casas de shows e noturnas tiveram um movimento aquém do que é considerado normal. No eixo das casas noturnas e de shows da Barra Funda, zona oeste de São Paulo, que conta com a veterana e renomada D.EDGE, a querida Clash Club, a novata CLUB 33 e a estreante Garage Club não foi diferente. As gigantescas filas para entrada, consideradas normais não estavam presentes na noite do dia 21 de maio; mais uma prova que grande parte dos paulistanos estava desfrutando de todos os palcos e atrações que estavam sendo promovidas pela Prefeitura de São Paulo, na Virada Cultural. Com pouco mais de 1 ano de existência, a Garage Club já vem tomando o seu espaço na cena da música eletrônica internacional e nacional. Sua pequena e discreta entrada quase passa despercebida ao lado das enormes D.EDGE, do empresário, produtor e DJ Renato Ratier, e do CLUB 33, do empresário e também DJ, Camilo Razuk. O aconchegante clube não faz feio ao lado de seus vizinhos, a casa conta com 2 pistas, uma em cada andar, com capacidade estimada para 150 pessoas em cada pavimento. O visual da casa é um dos seus atrativos: as paredes com blocos de cimento aparentes e o piso todo liso, sem qualquer tipo de revestimento ou decoração garantem ao local um ar de sobriedade e simplicidade, mas sem perder o seu requinte e charme.

Entrada da Garage Club. Foto: André Calil

Com a realização de mais um evento de renome, o Garage Club recebeu na noite do dia 21 de maio o Warm Up Oficial do Federal Music, grande festival de música eletrônica realizado desde 2011 no Distrito Federal. O comando das pickups ficou por conta dos DJ’s D-stroyer, Raul Mendes, Dead-Line, Basstard, entre outros. A estrutura do local ofereceu a possibilidade da divisão de estilos distintos. Enquanto a pista do térreo ficou por conta da gravadora Free Fall Music, de Delano Salviano (D-stroyer) e das batidas da EDM (electronic dance music), trap (estilo com origem no rap americano) e algumas vezes as agitadas batidas do dubstep (linhas de baixo muito fortes e de bateria cintilantes) e do hardstyle (gênero bem agressivo, com batidas extremamente rápidas a cada minuto) a pista do andar superior foi a que mais se destacou por trazer vertentes que não são muito conhecidas do público paulistano, destacando o REALPROG. Segundo Bruno Marion (Basstard), o REALPROG foi uma ideia que produtores tiveram para “combater” o já saturado mercado da EDM e proporcionar novas experiências para os amantes da música eletrônica. A grande diferença da vertente é a batida mais melódica e envolvente, em comparação aos agitados estilos já conhecidos dos brasileiros. A escolha da pista superior foi mais um acerto da organização da casa. O clube dispõe de duas grandes janelas localizadas atrás da mesa de som, onde os DJ’s se apresentam, que possuem vista para as linhas da CPTM, essas que transitavam ininterruptamente por conta da realização da Virada Cultural, um grande show para os espectadores que mantinham uma grande interação com os DJ’s.


Com bastante variedade de estilos e vertentes, o público pode escolher o que gostaria de ouvir e teve total liberdade para transitar entre as duas pistas. A lotação máxima da casa não foi atingida, mais um motivo que garantiu conforto e espaço para os espectadores. O que mais se observava nas pistas da Garage Club era uma reunião harmônica de amigos em diversos e, muitas vezes, grandes grupos que estavam ali para prestigiar os protagonistas da noite. O grande destaque da noite ficou por conta dos paulistas Dead-Line (Thiago Martins) e Basstard. Thiago, que faz parte da gravadora Free Fall Music, transmitiu toda sua energia em um set que tirou toda a pista superior do chão e arrancou sorrisos de todos que presenciavam sua apresentação. Com influência dos renomados DJ’s Eric Prydz, Matt Fax, Grum e outros, Dead-Line comandou com maestria a pista durante 1 hora com sons melódicos e batidas menos aceleradas do que o popular e já desgastado EDM. A grande novidade do DJ foi o recente lançamento do seu novo EP “Lights & Shadows”, disponibilizado no último dia 6 de junho no portal Beatport. Em um set mais agitado do que o seu sucessor na noite, Basstard arriscou com batidas mais fortes e pesadas, deixando a pista em um perfeito estado de ebulição, pronta para Thiago entrar e arrancar sorrisos e comentários positivos ao redor de toda a pista. Apesar da apresentação de Dead-Line ter sido um pouco mais “calma” do que a de Basstard, isso não contribuiu para deixar os espectadores desanimados e sim, muito mais felizes e surpresos com a “nova” vertente eletrônica.

THAT'S THE POWA! Foto: André Calil


O que ficou evidente ao deixar o Garage Club foi que a cena eletrônica paulista não é mantida apenas pelos famosos EDM e deep house. Cada vez mais está provado que o público tem sede de novidade e procura por isso nos clubes e casas de show. Cabe aos empresários e músicos do ramo explorarem esse novo nicho que só tende a crescer. A produção do evento acertou em cheio ao disponibilizar duas pistas na mesma festa: uma com as músicas já conhecidas e de sucesso e outra com novos nomes e estilos não muito conhecidos. O clima no clube foi de festa e de grande simetria, para quem não gosta das famosas “baladas” e só é atraído pela paixão da música eletrônica, a atmosfera no Garage Club foi perfeita, nenhum tipo de desentendimento, tanto com funcionários ou frequentadores foi registrado, todos ali estavam em busca de apenas um objetivo: dançar e sentir as grandes sensações proporcionadas pela música eletrônica.

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